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Profile Bernardo Belchior

Balanceamento do Portfólio: Adeus, Ações

No último dia de novembro vendi todas as minhas ações. O meu portfólio apenas tem ETFs agora. Vê porquê!

Olá!

Se me segues no Twitter, já deves ter reparado que vendi as minhas ações. Já passou algum tempo, mas apenas agora arranjei tempo para explicar o raciocínio — no fundo do artigo verás porquê.

Se leste alguns do meus artigos antigos, certamente verás que uma parte significativa do meu portfólio era composta por ações individuais. Entre janeiro e maio de 2020 comprei 23 ações em 7 diferentes países ao ponto de perfazerem praticamente 50% da minha carteira.

Comprei não só em janeiro e fevereiro, em que o S&P 500 esteve em máximos históricos, mas também em março, em que o S&P 500 descera mais de 30%.

Finalmente, a 30 de novembro, decidi vender todas as minhas ações individuais, custando-me cerca de 30€ em comissões. A 1 de dezembro usei a liquidez para comprar tantas ações quanto pude do ETF do MSCI World Index, em que já invisto.

Resumindo, estou feliz com esta decisão, uma vez que permite que não me tenha de preocupar com esta parte do portfólio e também me abrirá portas a outras atividades com possivelmente melhor rentabilidade.

Vejamos, então, como se portou a secção de ações em comparação com os ETFs.

Análise do Desempenho

Ao final de novembro, a carteira de ações retornava muito perto de 0%, enquanto o ETF do MSCI World Index oferecia uma rentabilidade de quase 10%.

Também é interessante ver o efeito do crash de março, durante o qual as ações desceram mais de 25%, enquanto o ETF desvalorizou “apenas” 15%.

Evolução da rentabilidade do portfólio em termos percentuais

Apesar de esta comparação mostrar uma grande disparidade de valores, não é uma comparação justa. O ETF foi comprado quando o mercado não estava tão caro como em fevereiro, portanto poderá beneficiar de um mais baixo preço de compra, melhorando o resultado final.

De qualquer das maneiras, esta não é a única razão pela qual escolhi focar-me apenas em ETFs. Não precisar de investigar empresas constantemente, não duvidar se as ações escolhidas foram as melhores são dois grandes benefícios do ETF, além da eficiência fiscal.

A parte psicológica, principalmente, é uma grande componente de um bom investidor. Um excelente exemplo disto é o facto do fundo do famoso Peter Lynch ter tido uma rentabilidade anual de 29,2% durante 13 anos (!!), mas o investidor médio ter perdido dinheiro.
A incapacidade de manter o fundo quando este tem uma desempenho pior que o mercado e a vontade de comprar após o fundo ter tido uma boa rentabilidade efetivamente decimaram o retorno dos investidores.

Concentrar-me em ETFs é a minha proteção contra este problema.


Concluindo, estou contente com a minha decisão de vender as ações individuais do meu portfólio. Torná-lo-á mais fácil de manter, custar-me-á menos comissões e dará menos dores de cabeça. Com este tempo livre, espero poder focar-me noutros projetos que ache interessantes.

Desta vez o artigo foi um pouco mais curto do que o normal. Espero que tenhas gostado!

PS: Deves ter reparado que há uns tempos que não escrevia um artigo. A verdade é que tenho andado a trabalhar num projeto que planeio lançar em 2021. Se estiveres interessado, podes ler mais em www.synctokindle.com ou seguir o desenvolvimento no meu Twitter.

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